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Depressão

A Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que a depressão está aumentando em todo o mundo e é a principal causa de incapacidade mental e física global.

 

               Mais de 11 milhões de pessoas foram diagnosticadas com depressão no Brasil, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, embora a doença afete grande parte da população, ainda está envolta em desconhecimento e preconceito, dificultando a discussão sobre o tema e, consequentemente, a busca por ajuda. Trata-se de uma doença que traz um estigma para os pacientes, que muitas vezes não são compreendidos nem mesmo pela família.

                Somente com informação de qualidade, os familiares poderão entender que se trata de uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que apresenta vários aspectos biológicos e não tem nada a ver com preguiça, falta de força de vontade ou fraqueza.

 

 

Sintomas da Depressão

              Os principais sintomas da depressão compreendem: tristeza, choro, desânimo, cansaço, lentificação ou agitação psicomotora, humor deprimido ou irritável, perda do prazer e interesse pelas atividades habituais, alteração do padrão do sono (insônia ou hipersônia), alterações do apetite, da libido, do sono, alterações de atenção, concentração e memória, pensamentos negativos como morte, culpa, ruína e menos-valia e até ideação suicida em casos mais graves.

 

                       É muito comum haver a associação de depressão com sintomas somáticos, entre eles, a dor ( caracterizando por exemplo quadros de "fibromialgia" que tem como causa obscura ).
Para caracterizar como Depressão, os sintomas descritos (bastam alguns deles) devem estar presentes na maior parte dos dias, por pelo menos duas semanas e causarem interferência em alguns pilares da sua vida como por exemplo nas relações pessoais, sociais, familiares e profissionais da pessoa. Precisam ser descartadas doenças clínicas que apresentam os mesmos sintomas, bem como o uso de drogas e medicamentos. Ao procurar um médico o primeiro passo é descartar outras doenças orgânicas que pode confundir o diagnóstico.

 

 

Tratando a Depressão

                        Diferente do que muitos pensam, os antidepressivos não causam dependência. Esse é um mito. E eles são muito importante para o tratamento de acordo com a fase de desordem e adoecimento que esta vivendo. Há trabalhos científicos relevantes comprovando isso. Na realidade, a depressão tende a ser crônica em alguns pacientes, o tratamento exige um tempo prolongado, incluindo uma fase de continuação (4 a 9 meses) para se evitar a recaída e, posteriormente, uma fase de manutenção (um ano ou mais) para se evitar um outro episódio depressivo. É frequente os pacientes abandonarem precocemente o tratamento por falta de orientação e conhecimento ou mesmo até por resistência e devido ao estigma associado à depressão, ainda alvo de preconceitos. E assim sentem de forma mais intensa todos os sintomas de quando procurou ajuda pensando estar "dependente" da medicação, o que na verdade simplesmente não fizeram o tratamento correto, ou interromperam a medicação por conta própria.
                      As pessoas chegam ao consultório com uma ideia distorcida sobre os efeitos colaterais dos antidepressivos, que atuam de forma diferente em cada paciente. Hoje, há medicações de última geração que já não exercem impacto significativo sobre o peso do paciente nem sobre o desejo sexual, sobre os quais outros fatores, físicos e psicológicos, podem interferir, como alterações hormonais, algumas doenças e a qualidade da relação conjugal e da vida sexual no período anterior à depressão.

 

 

Dicas para tratar a Depressão

 

  • Procure o especialista correto que é o psiquiatra. O diagnóstico preciso e é importantíssimo para a definição do tratamento, geralmente multidisciplinar. O medicamento só pode ser instituído, alterado e suspenso por um médico de sua confiança.

  • A psicoterapia sempre é benéfica. A busca da elaboração de conflitos psicológicos é fundamental. Não adianta apenas tentar uma mudança dos aspectos externos ou ambientais.

  • Os familiares devem ser orientados pelo médico e participar do tratamento. Como rede de apoio mesmo.

  • Pratique exercícios físicos regulares. Eles ajudam a melhorar a concentração de serotonina, essencial para manutenção do bom humor.

  • Alimente-se de forma saudável. Alimentos ricos em ômega-3, encontrados em grãos (nozes), peixes (sardinha, salmão) e folhas verde-escuras podem aliviar sintomas leves.

  • Tenha atividades de lazer: leituras, cinemas, passeios com a família, viagens…

  • Invista em atividades filantrópicas ou que elevem a autoestima e autoconhecimento: trabalhos voluntários, meditação, ONGs, e trabalhe sua espiritualidade, etc.

 

Muitas vezes os sintomas ansiosos e depressivos se misturam, então uma boa avaliação ( anamnese e exame psíquico é fundamental para a sua melhora ).

SOBRE DEPRESSÃO EM MOMENTOS ESPECÍFICOS DA VIDA DA MULHER

Depressão Gestacional

 

Gerar é o sonho da maioria das mulheres e o imaginário popular, incentivado pelas mídias, por histórias infantis, recheia esta fase com doçura e magia. Apesar da importância inegável do momento, são poucas as mulheres realmente preparadas para a verdade desta fase de suas vidas, em que ocorrem transformações físicas, metabólicas, hormonais e sociais, requerendo uma estrutura psicológica que nem todas possuem. O fato de haver mudanças significativas, somado ao despreparo para a realidade e a oscilações hormonais, pode levar as grávidas à depressão. Mulheres moderada e gravemente depressivas antes de ficarem gestantes, certamente não devem interromper seu tratamento.

 

Cerca de 10% a 20% das gestantes têm depressão, o que é ignorado nos exames de pré-natal.

 

A gestação costuma ter diferentes significados e representações para as mulheres.

  • As percepções variam individualmente, algumas têm até uma exacerbação das angústias e neuroses durante a gestação, além dos medos comuns.

  • A gestação leva a mulher a reviver seus relacionamentos e suas vivências de filha (agora em outro papel) de uma forma positiva ou negativa, dependendo do seu histórico de vínculos afetivos e características de sua personalidade.

  • Na gestação, a fragilidade de alguns relacionamentos conjugais ou familiares pode também se exacerbar.

  • Para algumas mulheres, torna-se um sinal de invasão e até desconfiguração do seu corpo e de sua vida.

Isso não é para denegrir esta maravilhosa fase de vida da mulher, mas para deixar claro, sem preconceitos e com dados clínicos e científicos substanciais, que as vivências podem ser muito distantes daquele modelo mágico e idealizado de felicidade universal obrigatória. E é bom frisar que a gravidez não protege a mulher contra a depressão, isso é mito.

 

DEPRESSÃO É UMA DOENÇA E DEVE SER TRATADA

 

Alguns sintomas da depressão na gravidez

  • Crises de choro longas e contínuas sem motivo

  • Desânimo excessivo

  • Cansaço frequente

  • Falta de apetite ou compulsão alimentar

  • Insônia ou vontade de dormir o tempo todo

 

                 O tratamento deve ser realizado quando o diagnóstico psiquiátrico detectou a doença depressão, o que precisa ser feito por um especialista e com todos os cuidados necessários, avaliando-se os riscos e benefícios envolvidos. Alguns antidepressivos podem ser utilizados.

 

A depressão pode prejudicar o desenvolvimento do feto e levar a um bebê prematuro, com baixo peso.

 

                 Os gatilhos para os transtornos são muitos. Podem ser físicos, como diabetes, doenças na tireoide, ou psicológicos, oriundos de dificuldades para engravidar ou de abortos anteriores. Baixo suporte sócio-familiar, gravidez de risco, abandono do tratamento, exclusão sócio-econômica e gravidez não desejada são alguns dos outros fatores que aumentam a predisposição.

É sabido que as depressões que acontecem na gravidez, quando não tratadas, evoluem para as depressões pós-parto.

 

Coisas de grávida

 

                   Um dos alertas é: durante os nove meses de espera pela chegada do bebê, a maior parte das sensações da mulher é creditada a transformações hormonais e corporais caracterizadas do período. Isso nem sempre é verdade. A família precisa estar atenta e quando acreditar que algo não vai bem, procurar ajuda especializada.

                  Outro fator a ser considerado é: se a mulher já tem depressão, deve consultar o especialista em saúde mental feminina para avaliar qual tratamento será mais adequado. Há medicamentos eficientes que podem ser usados por gestantes, desde que prescritos por profissionais experientes e que acompanhem o caso de perto, avaliando riscos e benefícios para mãe e bebê.

A depressão pós-parto ocorre em 15% a 20% das mulheres.

 

Diferente do que muitos pensam, não se trata de fraqueza ou frescura por parte da mulher. A depressão pós-parto pode acometer mulheres que não tinham depressão anteriormente e é uma doença que requer tratamento com psiquiatra especializado em saúde mental feminina.

 

Por que parte das mulheres tem depressão pós-parto?

 

O fator biológico, devido à queda abrupta dos hormônios sexuais femininos, é o principal desencadeador da depressão após o nascimento do bebê. Alterações neuroquímicas, de neuroimagem, inflamatórias e até imunológicas têm sido atribuídas à depressão pós-parto.

Outros fatores de risco:

  • Gravidez não planejada,

  • Conflitos conjugais,

  • Violências domésticas,

  • Antecedentes pessoais e familiares de depressão,

  • Uso de álcool e drogas na gestação,

  • Depressão na gestação que não foi tratada

  • Idade (adolescentes podem ter taxas mais elevadas que a de mulheres adultas).

 

Depressão pós-parto: diagnóstico e sintomas

 

O diagnóstico de depressão pós-parto envolve a análise dos mesmos sinais e sintomas da Depressão Maior em outros períodos de vida da mulher:

  • Tristeza,

  • Desânimo,

  • Cansaço,

  • Fadiga,

  • Humor deprimido,

  • Pensamentos negativos (culpa, morte, ruína, menos-valia),

  • Indiferença ou rejeição à criança,

  • Anedonia (perda de prazer ou interesse pelas atividades habituais),

  • Alterações de atenção/concentração,

  • Alterações do sono e apetite

  • Ideação suicida.

 

                     Tais sintomas devem estar presentes por pelo menos duas semanas, na maior parte dos dias, com grandes prejuízos sócio-funcionais e sofrimento. É imprescindível que a mulher com tais sintomas seja avaliada por um especialista em saúde mental feminina, pois, deverá descartar doenças com sintomas parecidos, como hipotireoidismo, entre outras.
Há diferentes subtipos de depressão.

                    O psiquiatra, considerando histórico da paciente, as mudanças hormonais e psicossociais bem como a nova rotina desta mulher, agora mãe, saberá diagnosticar se de fato é uma depressão e prescreverá o melhor tratamento, levando em conta, inclusive, a amamentação. Percebendo que algo não está bem, a mulher deve procurar ajuda especializada. Nem sempre o obstetra consegue identificar quando a paciente está ou não com depressão. O melhor a fazer é buscar orientação de um psiquiatra, que estará apto para identificar a doença.
 

 

Saúde mental da mulher, “sem neuras” ou julgamentos. Um lugar que promove saúde com segurança e qualidade em todas as fases da vida da mulher.

Um outro momento da vida da mulher, em que a DEPRESSÃO  também pode estar presente, DO CLIMATÉRIO á MENOPAUSA.

Como lidar com ele e viver melhor?

 

O climatério vai dos 40 até 65 anos de idade e é um período de transição na vida da mulher, marcando o encerramento de sua fase reprodutiva, quando os ovários param de trabalhar e ela chega à menopausa. Num mundo repleto de apelos de sexualidade, busca da juventude constante, exposição excessiva de relação entre sucesso e produtividade profissional, encarar o fim desse ciclo pode mexer, e muito, com o emocional e a autoestima de qualquer uma… Se considerarmos as mudanças hormonais, metabólicas, físicas e sociais decorrentes, dá para imaginar o porquê esse período pode causar depressão, ansiedade e outros transtornos em tantas mulheres! É tão importante poder contar com um especialista em saúde mental feminina neste período que pode ser tão frustrante, dependendo da estrutura emocional, psicológica e familiar de cada mulher.

 

Perimenopausa, período para ficar alerta!

 

O período crítico é a perimenopausa, que inicia por volta dos 45 anos e termina até um ano após a menopausa, aos 51 anos de idade, em média. A perimenopausa é caracterizada por oscilações dos níveis hormonais – principalmente o estrogênio e a progesterona_, sintomas físicos (dores e ondas de calor, insônia) e sintomas psíquicos (tristeza, irritabilidade, depressão e ansiedade).

 

Sabemos atualmente, através de estudos científicos, que há subgrupos de mulheres que são mais sensíveis às oscilações hormonais da perimenopausa. Tais oscilações funcionam como “gatilhos” para episódios depressivos na perimenopausa.

 

A perimenopausa, mesmo em mulheres sem histórico de depressão, é um fator de risco para a depressão, aumentando a chance em duas vezes, pois a mulher fica mais sensível às oscilações hormonais (e todas as outras, incluindo as psicossociais), podendo manifestar alterações de humor e comportamento, e até transtornos psiquiátricos, caso não seja devidamente acompanhada e tratada.

 

Desta fase, a mulher entra na então chamada menopausa, quando finalmente cessa sua menstruação. A partir daí, os transtornos psiquiátricos decorrentes da mudança hormonal são menos prevalentes.

 

Há fatores psicossociais preponderantes quer marcam esse período e podem estar na gênese dos transtornos psíquicos:
• A mulher que tinha uma vida socialmente ativa e se dedicou à família e à educação dos filhos, de repente se depara com os filhos crescidos, saindo de casa, e vive a síndrome do ninho vazio.
• A relação conjugal pode estar passando por transformações que exigem diálogo para reconstruí-la em novos moldes, pois também há alterações na libido e outras, decorrentes da mudança hormonal, como a dispareunia, que se caracteriza por dor durante a relação sexual, além de secura vaginal, etc..

 

Dependendo de seu arcabouço psicológico, recursos internos e personalidade, essa mulher irá elaborar de forma construtiva ou não as modificações que estão ocorrendo em sua vida na época da menopausa.

 

Por se tratar de um período de transformações, há certa dificuldade por parte da classe médica em diagnosticar quando a tristeza, a irritabilidade, a mudança de humor da perimenopausa ou da menopausa caracterizam uma depressão, que precisa de tratamento psiquiátrico. Se você tem dúvidas quanto ao que está vivendo, não se intimide em procurar atendimento especializado em saúde mental feminina.

 

O tratamento da depressão pode envolver equipe multidisciplinar, dependendo de cada caso clinico analisado individualmente, desde o uso de antidepressivos e hormônios até a psicoterapia.
A mulher menopausada bem assistida tem condição de viver com saúde, qualidade de vida e prazer. Basta se tratar adequadamente!

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